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quinta-feira, 24 de março de 2011

Eram quatro da manhã quando acordei, olho para os lados não vejo nada, apenas uma carta ao lado da cama, pego-a, sua letra estava tremula, o papel amassado com manchas de café e orelhinhas nas pontas. Comecei a ler, meus olhos logo se encheram de lagrima e meu coração acelerado… “meu amor, eu sei que você deve ter notado as coisas um pouco estranha nos últimos dias, imagino tudo que passou pela cabeça, sei que você acha que tem outra pessoa, que você chorou ao pensar que tudo que eu falei pra você era mentira, é amor, você deixou seu diário embaixo da pia do banheiro e eu não pude deixar de lê, mas juro que foi só aquela pagina. Você deve ta pensando porque disso, porque eu não estou ao seu lado agora, eu sei que tenho que ter uma explicação muito boa pra você me perdoar, é o seguinte, fui convocado pela empresa que eu sempre quis e que você me ajudou a ser o escolhido.. Mas antes que continue, vá na ultima gaveta do armário abaixo da TV, no canto direito, estique bem o braço, vai ter um envelope, quero que o pegue mas não abra. Você deve está pensando que loucura eu fiz agora, então, lembra que meu sonho sempre foi trabalhar nessa empresa, mas você lembra também quando eu prometi que nada ia me separar de você? Eu disse, e assim será, agora vista seu jeans, aquele casaquinho azul bebê que fica lindo em você, pegue a chave do carro e o envelope, assim que entrar no carro abra o envelope e siga o destino. Com amor, do seu amor!” Estava confusa, sem entender ainda, o que aconteceu com ele? O que ele esta me escondendo? Entrei no carro e abri o envelope, peguei o papel que avistei primeiro, joguei o envelope no chão do carro. No papel tinha para eu sair do prédio dobrar a esquerda e a primeira a direita, claro que reconheci o caminho, o lugar onde ele queria que eu fosse, a padaria onde nos conhecemos, e pedir o número 2 do cardápio, apressada peguei pra viagem. Tagarelando comigo mesma, sem entender nada, entrei no carro, peguei novamente o envelope do chão e logo o segundo papel “6 anos e o mesmo gostinho! Espero que tenha comido amor. Agora pegue o caminho mais próximo para o aeroporto - as coisas começaram a fazer sentido, mas ainda tava confusa, parei no sinal vermelho pra vê se tinha mais algo no envelope, nada - chegando, entre pelo portão principal…” 15 minutos, cheguei ao aeroporto, peguei novamente a carta…” pegue a escada rolante e vá para o portão 7.” corri, olhando para os lados pra vê se encontrava alguma dica enquanto era anunciado “embarque imediato para San Diego, portão 7” desesperada, sentei e fechei os olhos. Escutei aquela voz roca e irônica que só ele tinha, - pensei que não chegaria a tempo de realizar meu sonho.
- mas…
- lembra que eu você me perguntou, no nosso primeiro encontro, qual era o meu sonho? Sabe porque naquele momento eu disse aquilo? Porque eu não ti conhecia, nem tinha a intenção de me apaixonar desse jeito por você, e meu sonho não é mais ir pra San Diego.
- e qual é? Por que me fez vir ate aqui? - tudo que eu consegui falar
- eu gosto de te deixar preocupada, amor, você fica linda!
- não foge do assunto!
- posso realizar meu sonho agora?
- por favor!
- casa comigo?


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